sábado, 19 de agosto de 2017

Análise: Dossiê Darwin




Para homenagear os 200 anos de Charles Darwin, a Revista Darcy publica um dossiê com 26 páginas sobre esse inglês inquieto que passou a infância colecionando insetos e que na juventude se aventurou por terras brasileiras. Repórteres e articulistas da apresentam bem mais do que uma revisão da vida e obra de Darwin. Em matérias e artigos, eles mostram a herança darwinista em laboratórios e salas de aula da Universidade de Brasília e refletem sobre as encruzilhadas das teses evolucionistas.

Chales Darwin, nasceu em Shropshire, Inglaterra, em 12 de fevereiro de 1809. De uma família abastarde, era o quinto filho de 6 filhos. Estudou medicina, direito e também teologia, mas não terminou nenhum dos cursos. No fim seguiu a carreira de naturalista, ao qual desde a infância já lhe trazia paixão.

Resumindo a teoria:

Evolucionismo é uma teoria elaborada e desenvolvida por diversos cientistas para explicar as alterações sofridas pelas diversas espécies de seres vivos ao longo do tempo, em sua relação com o meio ambiente onde elas habitam. O principal cientista ligado ao evolucionismo foi o inglês Charles Robert Darwin (1809-1882), que publicou, em 1859, a obra Sobre a origem das espécies por meio da seleção natural ou sua conservação das espécies favorecidas na luta pela vida, ou como é mais comumente conhecida, A Origem das Espécies.

Darwin elaborou sua principal obra a partir de uma pesquisa realizada em várias partes do mundo. Nessa viagem, o cientista inglês pôde perceber como diversas espécies aparentadas possuíam características distintas, dependendo do local em que eram encontradas.

Darwin pôde perceber ainda que entre espécies extintas e espécies presentes no meio ambiente havia características comuns. Isso o levou a afirmar que havia um caráter mutável entre as espécies, e não uma característica imutável como antes era comum entender. As espécies não existem da mesma forma ao longo do tempo, elas evoluem. Durante a evolução, elas transmitem geneticamente essas mudanças às gerações posteriores.

Entretanto, para Darwin, evoluir é mudar biologicamente (e não necessariamente se tornar melhor), e as mudanças geralmente ocorrem para que exista uma adaptação das espécies ao meio ambiente em que vivem. A esse processo de mudança em consonância com o meio ambiente Charles Darwin deu o nome de seleção natural.

A teoria elaborada por Charles Darwin causou grande polêmica no meio científico. Isso mesmo tendo existido antes dele cientistas que já afirmavam que toda a alteração no mundo orgânico, bem como no mundo inorgânico, é o resultado de uma lei, e não uma intervenção miraculosa, como escreveu o naturalista francês Jean-Baptiste de Lamark (1744-1829).

Havia ainda à época uma noção de que as espécies tinham suas características fixadas desde o início de sua existência, não havendo o caráter de mudança não divina apontada pelo cientista inglês. Tal concepção era fortemente influenciada pela filosofia religiosa cristã, da criação por Deus de todos os seres vivos desde o início do mundo. Até Charles Darwin teve suas convicções religiosas abaladas com os resultados de suas pesquisas, o que o levou a se recusar a apresentá-los por cerca de vinte anos.

Uma polêmica constante na teoria evolucionista está relacionada com os seres humanos. No que se refere à evolução de homens e mulheres, o evolucionismo indica que nós temos um ancestral comum com algumas espécies de macacos, como o chimpanzé. Pesquisas recentes de decodificação do genoma indicam uma semelhança de 98% entre os genes de seres humanos e chimpanzés. Porém, isso não quer dizer que o homem descende do macaco. Indica apenas que somos parentes.

(QUESTÃO PAS 3ª ETAPA/2013) A existência de sociedades como a de algumas espécies de abelhas nas quais apenas a rainha é reprodutora é um enigma evolutivo tão antigo quanto a própria teoria da evolução: Charles Darwin considerava esse fato um entrave à sua argumentação. No caso das abelhas, rainhas e operárias não apresentam diferenças genotípicas que expliquem essa diferença em castas, mas sim diferenças no alimento oferecido a cada uma das castas já no estágio larval. Sistemas altamente ordenados cuja maior parte dos participantes é estéril e divide tarefas como o cuidado com os jovens e outras funções essenciais à manutenção da colônia são denominados eussocialidade. Pesquisa concluiu que um aumento na complexidade das redes que interligam os genes está por trás da evolução da eussocialidade. Há alterações nos promotores dos genes das espécies mais sociais que aumentam potencialmente a capacidade desses promotores de se ligarem a produtos produzidos por diversos genes. Esses resultados indicam que há um papel dos genes na eussocialidade, embora não haja uma receita genética única para a socialidade e novas características possam aparecer a cada novo surgimento desse tipo de organização. A complexidade das redes gênicas é um fator que parece ser essencial.

Tendo o texto acima como referência e considerando os múltiplos aspectos a ele relacionados, julgue os itens
1- Interações do tipo epistasia são exemplos das redes genéticas a que o texto se refere, de modo que o aumento na “complexidade das redes gênicas” (R.21) pode significar o aumento do número de genes com relações epistáticas, em comparação a espécies sem eussocialidade.
2- De acordo com o texto, a eussocialidade está relacionada a diferentes alelos de um gene específico, o que explica a vantagem evolutiva desse fenótipo.
3- Darwin concluiu com suas observações que a ocorrência de mutações gênicas é responsável pela mutabilidade das espécies.
4- Infere-se do texto que o entrave enfrentado por Darwin com relação à eussocialidade deve-se à discrepância entre a seleção natural (um modelo evolutivo embasado na seleção de indivíduos com fenótipos mais adequados a certos ambientes) e a seleção com base em genótipos, como a que ocorre em algumas populações de abelhas.

(QUESTÃO – ENEM/2009) Os ratos Peromyscus polionotus encontram-se distribuídos em ampla região na América do Norte. A pelagem de ratos dessa espécie varia do marrom claro até́ o escuro, sendo que os ratos de uma mesma população têm coloração muito semelhante. Em geral, a coloração da pelagem também é muito parecida acordo solo da região em que se encontram, que também apresenta a mesma variação de cor, distribuídas ao longo de um gradiente sul-norte. Na figura abaixo, encontram-se representadas sete diferentes populações de P. polionotus. Cada população é representada pela pelagem do rato, por uma amostra de solo e por sua posição geográfica no mapa. O mecanismo evolutivo envolvido na associação entre cores de pelagem e de substrato é:

A) A alimentação, pois pigmentos de terra são absorvidos e alteram a cor da pelagem dos roedores.
B) O fluxo gênico entre as diferentes populações, que mantém constante a grande diversidade interpopulacional.
C) A seleção natural, que, nesse caso, poderia ser entendida como a sobrevivência diferenciada de indivíduos com características distintas.
D) A mutação genética, que, em certos ambientes, como os de solo mais escuro, tem maior ocorrência e capacidade de alterar significativamente a cor da pelagem dos animais.
E) A herança̧ de caracteres adquiridos, capacidade de organismos se adaptarem a diferentes ambientes e transmitirem suas características genéticas aos descendentes



Um comentário:

  1. GABARITO

    PAS: 1-C / 2-E / 3-E / 4-E

    ENEM: C - a coincidência entre a cor da pelagem e a cor do solo revela uma adaptação das diferentes populações a diferentes condições do ambiente em que vivem. Isso se dá por meio de um processo de seleção natural, os indivíduos com tais características, poderiam se camuflar.

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