sábado, 24 de junho de 2017

Análise: Mural da igrejinha - Luis Galeno.


Arquitetura Moderna. A parede externa é composta por azulejos. É o único trabalho figurativo de Athos Bulcao. O primeiro desenho de Alfredo Volpi, uma nossa senhora com o menino Jesus no colo, e os dois sem rosto, foi destruído. O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional - Iphan, tentou recuperar a pintura original, mas destaca que não houve possibilidade. Então, escolheu o artista piauiense Francisco Galeno para fazer novos painéis. Na nova pintura, a santa no centro do altar é nossa senhora de Fátima sem rosto. Ela tem uma pipa no lugar das mãos. O rosário é um carretel de linha. A coroa é decorada com flores. Nas laterais, predomina a cor azul bem forte. Pipas e flores foram criadas para representar a alegria das crianças que teriam avistado a virgem Maria em Fátima, Portugal. Assim como Volpi, Galeno, em 2009, que, como Volpi, misturou o sagrado ao profano. As figuras estão sobre um tom de azul claro de razoável intensidade. A representação de pipas e flores, incorporando outras tonalidades, teria sido utilizada pelo artista para simbolizar a aparição de Nossa Senhora para as três crianças na cidade de Fátima, em Portugal. Apesar da similaridade entre a linguagem de Volpi e Galeno, a obra foi motivo de grande polêmica entre os fiéis que chegaram a articular um protesto por meio de um abaixo assinado. Mas, prevaleceu o bom senso. A criação de Galeno permanece como ornamento do interior. Falas da época da nova pintura do mural: - Como é que vai colocar uma pintura cheia de bandeirinha? Não é carnaval aqui dentro. Aqui não existe carnaval - diz a dona de casa Maria de Sousa./ -aqui não tem mais concentração, não tem mais intimidade com Nossa Senhora - reclama a dona de casa Terezinha Valença. - É o princípio de ser uma intervenção moderna, dentro de um monumento de uma arquitetura moderna. É isso que dá sentido a Brasília. É isso que dá sentido à cultura brasileira neste local - diz o presidente do Iphan, Luiz Fernando de Almeida.-Paciência. Procurei fazer uma coisa com sinceridade dentro da minha fé como cidadão e também como artista - defende o artista plástico Francisco Galeno.


Durante a restauração da Igrejinha Nossa Senhora de Fátima, em 2009, a obra de Volpi – figura I – foi substituída pelo painel criado por Francisco Galeno – figura II.

A partir dessas imagens, julgue os itens a seguir.(PÁS 3ªETAPA-2012)
1. As obras de Volpi e Galeno apresentam elementos de construção pictórica semelhantes e similaridade na linguagem utilizada, pois ambas se caracterizam pela representação marcante de formas geométricas, que se repetem sobre o fundo.
2. No painel criado por Galeno, a santa não tem rosto, recurso empregado para acentuar a importância da individualização e da figuração das imagens sacras.

segunda-feira, 19 de junho de 2017

Análise: América Invertida - Torres Garcia (1943)


Em célebre quadro dos anos 1940, o artista plástico uruguaio Joaquín Torres García (1874-1949) desconstruiu o sentido da organização do mundo por hemisférios e a hierarquia ideológica nele representada. O Norte como origem e centro da História e o Sul como colonização tardia do Ocidente. Progresso em cima e atraso embaixo, em termos corriqueiros. No quadro, Torres García inverte a imagem da América do Sul que costumeiramente encontramos nos livros e que, desde a infância, está impressa na mente das crianças alfabetizadas. A escolha da imagem e a estratégia de inversão (de ponta-cabeça) servem para atestar o gesto precoce, atrevido e utópico de inserção da América Latina no mundo civilizado. Atesta, ainda, a favor da preeminência da Geografia sobre a História, do espaço sobre o tempo e declara a ambiguidade do papel desempenhado pelas cartas geográficas na compreensão das nações colonizadoras se vistas da perspectiva pós-moderna. ”Nosso norte é o Sul. Não deve haver norte, para nós, senão por oposição ao nosso Sul. Por isso agora pomos o mapa ao revés, e então já temos a exata idéia de nossa posição, e não como querem no resto do mundo. A ponta da América, desde agora, prolongando-se, assinala insistentemente o Sul, nosso Norte” (Joaquin Torres García)

sexta-feira, 16 de junho de 2017

Análise: Tropicália - Hélio Oiticica.


Tropicália de Hélio Oiticica. Na exposição NOVA OBJETIVIDADE BRASILEIRA, idealizada e apresentada pelo próprio Oiticica, no Museu de arte Moderna do Rio de Janeiro, em 1967, ele instalou nos jardins do museu um penetrável ou ambiente chamado Tropicália. O País se encontrava sob domínio da ditadura militar. Ócio e criatividade se misturavam na obra, era também uma resposta ou uma provocação contra as condições de vida dentro de uma sociedade determinada por um trabalho autoritário e com uma parcela significativa da população vivendo na pobreza à margem da modernidade industrial. A Tropicália era um labirinto construído com uma arquitetura improvisada, semelhante às favelas, um cenário tropical com plantas características e araras. O público caminhava descalço, pisando em areia, brita, água, experimentando sensações, no fim do percurso se defronta com um aparelho de TV ligado, um símbolo moderno. A nova imagem do Brasil, os meios de comunicação de massa contrastando com a miséria nacional. Polarizações e impasses da sociedade, da cultura, da estética e da política da arte nos anos de 1960. Radicalidade e experimentação que impulsionou as artes plásticas para o exercício da contemporaneidade. Não era apenas um conjunto de elementos acústicos, táteis, visuais e semânticos descobertos a partir do envolvimento físico do espectador, que formalizou uma nova ideia de arte, A Tropicália era uma posição ética diante da sociedade. Oiticica falava em derrubar todas as morais, romper as estruturas estabelecidas e todo tipo de conformismo. Uma herança anarquista. Sem abandonar procedimentos construtivos recorreu à experiência plurisensorial para formatar um pensamento articulando o precário, o prazer e a razão, num deslumbrante espetáculo.Oiticica quando pensou o conceito da tropicália como uma coisa ampla, não contava com a repercussão ao se transformar num movimento artístico cultural que contagiou o cenário brasileiro. Pregava uma integração entre as linguagens artísticas: artes plásticas, dança, música. A Tropicália inventada por Hélio Oiticica, não era a criação do mito tropicalista de araras e bananeiras como foi divulgado, era uma posição crítica diante de problemas e impasses na arte, na cultura e na política advindos do sentimento de culpa da vanguarda com a linguagem nacional e do regime político implantado no País a partir de 1964. Tinha uma pretensão explícita de objetivar uma linguagem brasileira de vanguarda que fizesse frente à imagética pop e op internacionais. Almandrade (artista plástico, poeta e arquiteto) http://www.expoart.com.br/artigos/?idt1=30&idt2=col&idt3=almandrade

Análise: Memorial Darcy Ribeiro "beijodromo"

OBRAS DO PAS-3ª ETAPA/2017: Memorial Darcy Ribeiro, "Beijodromo,de João Filgueiras (LELÉ). Tanto pode lembrar um disco voador (o lado empreendedor de Darcy Ribeiro), quanto uma maloca indígena (o lado antropólogo) - assim Lelé define o Memorial erguido na UnB, um projeto que reflete a dicotomia entre o passado e o modo de ser de Darcy. Foi o próprio Darcy Ribeiro quem incentivou Lelé a aprender como os índios construíam. Partindo do princípio de que a concepção estrutural de um prédio é fundamental, Lelé estudou a forma primitiva e intuitiva com que os índios Xinguanos construíam as suas cabanas, desenvolvendo uma tecnologia passada de geração em geração. "A cabana dos índios é uma coisa linda. Possui ventilação, até um shed como esses que utilizo em meus trabalhos. Tem uma cumeeira por onde sai o ar quente", explica Lelé. Quem era Darcy Ribeiro? Montes Carlos-Minas Gerais (1922 a 1997). Foi um antropólogo, escritor e político brasileiro, conhecido por seu foco em relação aos índios e à educação no país. Como ministro da educação do Brasil realizou profundas reformas que o levou a ser convidado a participar de reformas universitárias no Chile, Peru, Venezuela, México e Uruguai depois de deixar o Brasil devido à ditadura militar de 64. Notabilizou-se fundamentalmente por trabalhos desenvolvidos nas áreas de educação, sociologia e antropologia tendo sido, ao lado do amigo a quem admirava Anísio Teixeira, um dos responsáveis pela criação da Universidade de Brasília, elaborada no início da década de 1960, ficando também na história desta instituição por ter sido seu primeiro reitor. Redigiu o projeto, como funcionário do Serviço de Proteção ao índio, do Parque indígena do xíngu, criado em 1961. Também foi o idealizador da Universidade Estadual do Norte Fluminense (UENF). Publicou vários livros, vários deles sobre os povos indígenas. Parque Indígena do Xingu Está situado ao norte do estado de Mato Grosso, numa zona de transição florística entre o Planalto Central e a Floresta Amazônica. A região, toda ela plana, onde predominam as matas altas entremeadas de cerrados e campos, é cortada pelos formadores do Rio Xingu, e pelos seus primeiros afluentes da direita e da esquerda. Os cursos formadores são os rios Kuluene, Tanguro, Kurisevo e Ronuro - o Kuluene assume o nome de Xingu a partir da desembocadura do Ronuro, no local conhecido pelos indígenas como Mÿrená (Morená). Atualmente, vivem, na área do Xingu, aproximadamente, 5 500 índios de quatorze etnias diferentes pertencentes aos quatro grandes troncos linguísticos indígenas do Brasil: caribe, aruabe, tupi e macro-jê. 

Meus ensaios e produções textuais

2023 MONOGRAFIA para conclusão da graduação Tecnologia em Gestão Pública no IFB  A FORMAÇÃO DE PROFESSORES PARA A DIVERSIDADE, um estudo sob...